Thursday, January 05, 2006

de vagar se chega ao monge

por estes dias fiquei a conhecer um poeta. não que tenha tropeçado num qualquer livro. mas porque morreu. e cá as pessoas só nascem quando morrem. este poeta esteve morto em hospícios durante muitos anos. agora nasceu. como ele diria "devagar se vai ao longe". e ele no seu vagar fez-se monge, ou dele um monge fizeram. atirado para o hospício. é só isto. nasceu um poeta, que viveu morto e monge. mas que vai longe. chama-se António Gancho.

“Devagar se vai ao longe”

"Devagar se vai ao longe
se eu fosse monge.
Mas como não sou monge
devagar não vou ao longe
só monge.
Mas como eu também
devagar não quero ir ao longe
por isso também não me fiz monge.
Mas como eu também
não quero que se sonhe
que se ponha em questão
a causa da razão
deste poema devagar se vai ao longe
cujo tema é sobre um monge
então por isso neste caso
já não omisso
faço que se diga com isso
amigo ou amiga
mais vale o prejuízo."

António Gancho

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