Pyongyang
Guy Delisle é um cartonista canadiano que graças ao trabalho que desenvolve num estúdio de animação francês, teve a oportunidade de entrar na capital da Coreia do Norte, Pyongyang.
Esse é também o nome do livro que lançou recentemente pela Draw and Quarterly, "Pyongyang, A Journey in North Korea". Trata-se do relato de um país completamente desconhecido para os ocidentais. Uma reportagem em banda desenhada, à semelhança dos trabalhos de Joe Sacco.
Guy faz uma descrição dos dois meses de trabalho nos estúdios de animação estatais, sem cair na tentação de ridicularizar a Coreia, nem tão pouco de fazer uma lavagem ao cérebro sobre a vida nas terras de Kim Il Sung.
Ainda assim dá para ficar a saber que à noite não há iluminação pública em Pyongyang, não há internet e que o grande cinema do estado só abre uma vez de dois em dois anos para acolher um festival onde participam países como o Irão, Iraque ou a Líbia.
Mas a globalização também já chegou a estas terras. Os estúdios europeus, que ainda não se renderam à tecnologia digital para fazer as suas animações, recorrem à mão-de-obra barata da Coreia do Norte. Outrora foi a China, mas até os chineses já foram ultrapassados. A Coreia do Norte é agora o sabor da estação.
Numa cidade com um ambiente quase que esterelizado, onde não há um vestígio de sujidade, vive-se uma vida higiénica.
As semanas são de seis dias e o sétimo é dedicado a trabalho "voluntário" e aos ensaios para as grandes celebrações em honra do Estado e do líder.
Guy deixou ao seu guia, como recordação, uma edição do "1984" de George Orwell, em compensação trouxe este livro extraordinário.
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